LINN DA QUEBRADA & GIOVANI CIDREIRA
cantam SECOS & MOLHADOS

Assim como as características que dizem respeito ao aspecto visual – como os figurinos, as maquiagens e as danças – o repertório de canções do histórico álbum dos Secos & Molhados é igualmente transgressor em atitude e em atemporalidade. Seja nas composições de João Ricardo com seus contemporâneos, como Luli e Gerson Conrad, seja nas músicas que ele criou para poemas de Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Solano Trindade, Cassiano Ricardo e João Apolinário, impressiona ver como 50 anos após serem lançadas obras como “Rosa de Hiroshima”, “O vira”, “Fala” ou “Sangue latino” permanecem vivas no imaginário coletivo brasileiro. Canções aquelas que foram criadas num contexto de forte repressão política e que seguem, nos dias de hoje, necessárias numa sociedade impregnada por mentalidades retrógradas e conservadoras. Se as mensagens artísticas e sobretudo a postura livre de Ney Matogrosso ainda incomodam audiências que, mais do que caretas, são preconceituosas, imagine em 1973. Cada um a seu modo, o baiano Giovani Cidreira e a paulistana Linn da Quebrada carregam hoje essa mesma liberdade criativa em suas discografias e, principalmente, em suas apresentações ao vivo. São artistas cujas obras não carecem de distan- ciamento histórico para serem reconhecidas como relevantes e grandiosas não só no tempo presente, mas também para o futuro.

Ficha Técnica:
Vocais: Giovani Cidreira e Linn da Quebrada
Guitarra, synth e direção musical: Lello Bezerra
Guitarra: Leonardo Mendes
Baixo e synth: Marcelo Cabral
Bateria e co-direção musical: Sérgio Machado
Direção artística e idealização: Paula Rocha